top of page
M
Terra com mar
Carta do Atlas de João Teixeira Albernaz, de 1640, com parte do litoral cearense da época. Indica-se a antiga Vila do Siará.
Após a divisão do Brasil em capitanias hereditárias, em 1935, coube aos portugueses, administrar a Capitania do “Siará” (como era chamada a região correspondente as capitanias do Rio Grande, Ceará e Maranhão). Hoje, após lutas, ocupações, revoluções sociais e reorganizações dos espaços geográficos, o Ceará é um dos estados brasileiros que compõe a Região Nordeste do Brasil. Tem como limites o Oceano Atlântico ao norte; Paraíba a leste; Pernambuco, ao sul e Piauí, a oeste. Sua área total é de 148.887,633 km² e possui 184 municípios.
Diversas características socioculturais e econômicas surgiram com o tempo, entretanto, o mar, é um elemento que ainda permanece influenciando, ativamente, o território. Segundo dados do Anuário Estatístico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a região ocupa o sétimo lugar no ranking dos 17 estados brasileiro com mais territórios banhados pelas águas oceânicas.
No total, 20 municípios cearenses apresentam praias. Segundo o Censo 2010 e dados mais recentes entre 2017 e 2018, ambos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dos 8.452.381 habitantes, 3.543.825 residem em cidades litorâneas, o que corresponde a 41% da população.
Segundo dados qualitativos e quantitativos realizados pelo estudo do Governo do Estado, o Ceará 2050, entre 2002 e 2014, dos 21 municípios costeiros, 10 apresentaram desempenho negativo. A análise tem como base características sociais, territoriais e ambientais.
desenvolvimento
De acordo com o Índice de Desenvolvimento Municipal de 2016, estudo anual criado para acompanhar o desenvolvimento humano, econômico e social dos municípios do Brasil, de todo o litoral cearense, as regiões do oeste apresentam os piores valores. O aumento acontece próximo aos municípios próximos a Fortaleza.
Por tanto, a análise dos indicadores sócio-populacionais revela que, embora haja desenvolvimento considerável nas regiões, ainda há desigualdades dentro do espaço litorâneo cearense. As diferenças, segundo dados do Censo 2010, realizado pelo IBGE, estão em questões que envolvem educação, por meio da análise do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, e saúde, como esgotamento sanitário adequado, o que reflete no número de mortalidade infantil e internações por doenças contagiosas.
A variação nominal do Produto Interno Bruto per capita do Ceará entre os anos de 2002 e 2015 é a oitava maior entre todas as Unidades da Federação. Com um PIB per capita geral de R$ 259.862,12, a zona costeira possui polos econômicos, os quais acabam concentrando os maiores valores. Eusébio (53.212,55), Aquiraz (23.504,87), Fortaleza (22.092,58), Caucaia (16.029,54) e Aracati (15.978,79) lideram o ranking dos cinco primeiros.
Não é novidade que o turismo é um dos grandes impulsionadores da economia, principalmente quando se fala das regiões costeiras. Contudo, essa possibilidade de desenvolvimento, baseada na criação e captação de recursos para o funcionamento da economia local, nem sempre é sinal de avanço.
O potencial de desenvolvimento da atividade turística é questionado por diversas comunidades litorâneas, ONG's e entidades em atuação. O motivo é a existência de um sistema que, preocupado apenas em captar turistas e recursos, ignora as identidades locais das comunidades, uma vez que não se preocupa em respeitar o meio ambiente e a diversidade das culturas e tradições.
Um exemplo prático do turismo intitulado de 'predatório' é a construção de pousadas, hotéis, e mega espaços turísticos em locais inadequados e que geralmente desvalorizam a ação produtiva da comunidade. Consequências graves aparecem tanto ao meio ambiente quanto à vida cotidiana da região, como o despejo de esgoto em rios próximos, a destruição do ecossistema local, a criação de subempregos para a comunidade e o abandono das práticas sociais tradicionais.
Em contraponto a essa maneira de desenvolvimento, grupos de comunidades da zona costeira do Ceará se articularam em prol da criação de um turismo mais social. O resultado foi a criação, em 2008, da Tucum - Rede Cearense de Turismo Comunitário.
A Tucum reúne hoje 16 comunidades litorâneas. Só em 2010, recebeu aproximadamente dois mil visitantes. Segundo a secretária-executiva da rede Tucum, Aparecida Alcântara, a maioria dos turistas são estrangeiros, além de estudantes e pesquisadores das áreas de Biologia, Engenharia de Pesca e Turismo, cujo trabalho costuma ter ligação com o litoral. "O que nos diferencia do turismo convencional é que no turismo comunitário nossa preocupação não é o retorno financeiro, é a complementação de renda”, completa.
Video institucional sobre o movimento do turismo comunitário no Ceará. Dezembro de 2010.
Turismo comunitário
O litoral cearense é atravessado por 20 municípios banhados pelas águas do mar. A partir de Fortaleza, o Ceará divide-se entre litoral leste e oeste. Partindo do município de Barroquinha até as praias de Icapuí, são inúmeros quilômetros de areia a serem explorados.
O 'Maré - Povos do Mar' preparou um mapa interativo para facilitar a busca pelo conhecimento da história dos povos do litoral, além de detalhes e dados sobre população, educação, saúde e meio ambiente. Boa Navegação:
Mapa do litoral
Cearense
bottom of page