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HERCILIA SANTOS-3

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MÃOS
ENTRE
Cultura
artesanato
Se o Brasil é terra em que tudo dá, o Ceará, então, é onde tudo se faz. O artesanato por pode ser uma rede com varanda de crochê e punho manual, aquela renda de bilro que vira toalha, labirinto transformado em blusa, filé virado em vestido, bordados, desenhos com areia colorida e produtos em palha de carnaúba, couro, argila, cipó e madeira. A diversidade realmente faz jus aos 148.826 km² de extensão do Estado.
O uso da renda era símbolo de distinção e nobreza. Com o passar o tempo, a prática tornou-se parte da instrução formal apropriada às moças 'de família' européias, sendo ensinadas em escolas e conventos de Portugal, Espanha, Alemanha. No Brasil, a renda desembarcou junto às senhoras portuguesas que vinham acompanhando seus maridos, rapidamente se difundindo no território.
Também chamada de renda do norte, renda do Ceará, renda da terra, a renda de bilros foi introduzida no Brasil por colonos portugueses, no século XVI, quando os viajantes que visitavam o Brasil começaram a levar na bagagem delicadas toalhas de mesa, lençóis, blusas e outras peças feitas pelas rendeiras.
A técnica logo se espalhou entre as mulheres do litoral e sertão nordestino. Aos poucos, cada comunidade foi modificando os padrões originais dos produtos, imprimindo neles a sua cultura, dando aspectos individuais.
O seu saber-fazer percorreu vias consideradas 'informais', como aquelas do parentesco, da amizade e da vizinhança. Nesse sentido, a casa se apresenta como espaço privilegiado de incorporação de tais hábitos e habilidades. Foi no lar, ou no seu entorno, que o conhecimento da renda de bilros foi transmitido e difundido.
É nas mãos da pedagoga e rendeira, Alexandra Pereira de Oliveira, de 45 anos, que a linha é manuseada com amor. Com apenas 7 anos, a artesã, nativa e residente na Prainha, em Aquiraz, aprendeu, em família, a prática da costura. O desejo em ensinar as próximas gerações enfrenta conquistas e desafios.

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Na praia de Camocim não é diferente. É no município que a artesã e presidente da Associação Cearense de Artesanato, Hercília Santos, de 48 anos, realiza atividades coletivas com a comunidade. Oficinas, como as de confecção de pesos de porta, por exemplo, segundo ela, já colaborou na retomada do autoestima dos idosos que participaram das atividades.
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saiba mais
Culinária
A Gastronomia é elemento significativo na representação da identidade de uma comunidade e se constitui parte integrante da cultura, estando presente na memória social. Os costumes de cada povo tem forte relação com a seleção dos temperos; a forma de procedimento de preparo, a definição do momento, da ocasião e de que maneira deve ser aprontado.
No litoral cearense não é diferente. É da vegetação local, das mangues, rios e do mares que diversos povoados e cidades coletam matérias-primas, como coco, camarão, ostra, caranguejo e peixes, entre estes, a cavala, a serra e o ariacó.
É o que explica o estudante de Gastronomia da Universidade Federal do Ceará, Lucas Meneses. Aos 23 anos, o graduando usa a culinária nordestina como sua principal linha de estudo. Seu contato com atividades de gastronomia social o fez adquirir experiência quando o assunto é o paladar regional cearense. Em entrevista, ele comenta sobre a história e características da culinária litorânea.
O 'Maré - Povos do Mar' acompanhou a produção de dois pratos que fazem parte da culinária tradicional litorânea. Confira:

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Farofa de cuscuz com farinha
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Tapioca
Carminha Carneiro é cozinheira da praia de Caponga, em Cascavel. Foi na infância, por influência da irmã mas velha, que seu gosto pela gastronomia começou a aparecer. Vinda do sertão para o litoral cearense, a cozinheira de 58 anos possui o dom de preparar pratos com pescados. Seu prato mais conhecido é a farofa de cuscuz com farinha.
Tapioca
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Filha de trabalhadores rurais, desde cedo Maria Erondiana aprendeu a fazer a tradicional tapioca. Com 62 anos de experiência, Maria ensina aos amigos e descendentes como fazer a tapioca na pedra, técnica antiga já esquecida por muitos.
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